FAQ

FAQ

A poli (hexametileno de biguanida) é uma substância química sintética pertencente ao grupo das biguanidas. Desde 1879 as biguanidas vem sendo estudadas como potencial antimicrobianos na preservação de cosméticos, produtos farmacêuticos e como princípio ativo em formulações de anti-sépticos, desinfetantes e sanitizantes para diversas áreas de aplicação. Como exemplos primários destas biguanidas podem citar a Clorexidina – biguanida monomérica, e a bi (biguanida) ou biguanida polimérica – a poli (hexametileno biguanida) ou PHMB. A utilização de antimicrobianos nas formulações de sanitizantes e desinfetantes são essenciais para a manutenção de altos níveis de padrões de higiene e limpeza. Tais produtos ajudam a manter os microrganismos patogênicos sob controle evitando o aparecimento de infecções. Estes antimicrobianos são particularmente importantes em ambientes de alto risco de contaminação, tais como indústrias de processamento de alimentos e hospitais. Assim, nos últimos anos, a necessidade de um antimicrobiano efetivo para ser utilizado nestes ambientes, faz com que sejam extensivamente estudados e de máxima importância. Para um melhor entendimento do mecanismo de ação do PHMB faremos uma breve revisão sobre a estrutura celular de bactérias Gram-negativas, associando os vários componentes bioquímicos que as compõe. A membrana externa ocorre somente nas espécies Gram-negativas, tais como, Escherichia Coli e Pseudomonas Aeruginosa servindo como uma proteção extra da membrana citoplasmática contra o ataque de toxinas, tornando mais difícil a ação de antimicrobianos dificultando a sua penetração na célula bacteriana. Abaixo desta “capa” e ligada a ela, esta a parede celular responsável por garantir a integridade da estrutura celular evitando que a alta pressão osmótica interna provoque danos à célula. Seguindo mais para o interior da célula, temos a membrana citoplasmática ligada a parede celular e totalmente em contato com o citoplasma. A membrana citoplasmática possui diferente propriedade, tais como, permeabilidade seletiva que garante a presença de diversos tipos de proteínas, as quais estão embebidas em fosfolípideos que formam a membrana. Além disso, a membrana citoplasmática é responsável por manter as concentrações citoplasmáticas dos íons que são transportados eletronicamente para dentro da célula devido as diferenças de pH e potencial das diferentes “capas” ou “membranas”. O mecanismo de ação do PHMB vem sendo estudado por vários cientistas ao longo de décadas. Baseado no trabalho destes cientistas, a seqüência bactericida proposta pela (ICI, 1988) começa com uma rápida atração do PHMB catiônico na superfície bacteriana negativamente carregada provocando uma falha no mecanismo de defesa da célula e a ruptura da parede da célula. O PHMB então é atraído para a membrana citoplasmática, onde causa a perda de substancias de baixo peso molecular, tais como íons de Potássio, Cálcio e a inibição de enzimas responsáveis pela união da membrana, tais como o ATPase. A grande ruptura subseqüente da membrana citoplasmática pode então levar à perda de substancias macromolecular (ex. Nucleotídeos) e à precipitação das substâncias celulares.

É a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte de organismos capazes de provocar doenças, a sua multiplicação é a reação dos tecidos do hospedeiro a estes organismos e às toxinas por eles produzidas. Uma doença infecciosa corresponde a qualquer doença clinicamente evidente que seja o resultado de uma infeção, presença e multiplicação de agentes biológicos patogénicos no organismo hospedeiro. As infecções são causadas por agentes infecciosos, como os vírus e microorganismos como as bactérias, e também por outros macroparasitas.

Infecção Aérea – infecção microbiana adquirida através do ar e dos agentes infectantes nele contidos.
Infecção Critogénica – infecção de porta de entrada desconhecida.
Infecção Direta – infecção adquirida por contacto com um indivíduo doente.
Infecção Endógena – infecção devido a um microorganismo já existente no organismo, e que, por qualquer razão, se torna patogénico.
Infecção Exógena – infecção provocada por microorganismos provenientes do exterior.
Infecção Focal – infecção limitada a uma determinada região do organismo.
Infecção Indireta – infecção adquirida através da água, dos alimentos ou por outro agente infectante, e não de indivíduo para indivíduo.
Infecção Nosocomial – infecção adquirida em meio hospitalar.
Infecção Oportunística – infecção que surge por diminuição das defesas orgânicas.
Infecção Puerperal – infecção surgida na mulher debilitada e com defesas diminuídas, logo após o parto.
Infecção Secundária – infecção consecutiva a outra e provocada por um microorganismo da mesma espécie.
Infecção Séptica ou Septicemia – infecção muito grave em que se verifica uma disseminação generalizada por todo o organismo dos agentes microorgânicos infecciosos.
Infecção Terminal – infecção muito grave que, em regra, é causa de morte.

É qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. Há mais de vinte anos, a infecção hospitalar era um fantasma que pairava nos quartos e corredores dos hospitais, assombrando apenas os médicos e enfermeiros Desde então, a infecção hospitalar não mudou, apenas tornou-se mais conhecida, permanecendo como um dos flagelos mundiais na área de saúde, pois nenhum país tem o controle absoluto da infecção hospitalar, apenas existem países que possuem números mais baixos de contaminação.

A importância da resistência bacteriana aos antibióticos deve-se ao fato das bactérias que constituem a microbiota hospitalar estarem “acostumadas” a muitos antibióticos, ou melhor: os antibióticos usados no hospital em grande quantidade e diariamente vão matando as bactérias mais sensíveis, deixando que as bactérias que tem resistência ao antibiótico usado sem concorrência e livres para se multiplicarem, ocupando o espaço daquelas que morreram. Quando as bactérias resistentes causarem uma infecção, os antibióticos normalmente usados não surtirão efeito e será necessário utilizar antibióticos cada vez mais tóxicos, selecionando também bactérias cada vez menos sensíveis a este, e criando um círculo vicioso. O grande problema atual é a necessidade do uso racional destes antibióticos, tentando romper este ciclo.

O número de microorganismo presentes no tecido a ser tratado e/ou operado determinará o potencial de contaminação da ferida. De acordo com a Portaria n° 2.616/98, de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde, as Contaminações são classificadas em: Limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local, sem penetração nos tratos digestório, respiratório ou urinário. Potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração nos tratos digestório, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Contaminadas: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de difícil descontaminação, com processo inflamatório mas sem supuração. Infectadas: realizadas em tecido com supuração local, tecido necrótico, feridas traumáticas sujas.

Sabemos que existem micróbios patogênicos no ar, nos objetos e sobre a pele, porém normalmente estes não produzem infecções porque existe uma série de barreiras naturais que protegem as possíveis portas de entrada dos germes. Finalmente, nós, seres humanos, somos parte da natureza e nela há uma ininterrupta batalha entre os seres vivos e outros, que às vezes se mantêm em equilíbrio e às vezes se destroem. A barreira mais importante contra os germes ambientais é a pele. A capa superficial da pele é formada por células mortas com grande quantidade de queratina – a mesma substância que forma as unhas. Esta faz com que a pele seja impermeável e, com a secreção gordurosa e o suor, evite que os micróbios penetrem no organismo. Se a pele se rompe ou se altera, as bactérias que normalmente nela vivem podem introduzir-se no organismo, produzindo infecção. Outra via importante para a entrada de germes é a respiratória. Aqui, entre células que recobrem a faringe e a traquéia, existem células que segregam mucosidade para reter os elementos estranhos, e além disso tem cílios que se movem continuamente para expulsá-los para o exterior. Esse epitélio fica alterado nos fumantes e drogados, por isso eles têm mais infecções respiratórias do que os não-fumantes. A entrada de germes pelo aparelho digestivo está protegida pela saliva e sucos gástricos, que têm capacidade de destruir alguns micróbios. O rim e a via urinária são protegidos pelo esfíncter de saída e o esvaziamento periódico da urina. Também a vagina e os olhos têm secreções protetoras das infecções. São o fluxo vaginal e a lagrimas. A alteração dessas secreções facilita o surgimento de infecções.

A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende muito mais da instituição hospitalar e de seus trabalhadores do que dos pacientes, já que ninguém se interna com intenção de contrair doenças dentro do hospital. Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, produtos tecnológicos que garantam a eliminação das bactérias, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e estado e também do antigo e simples costume de lavar as mãos, já que grande parte das pessoas não o fazem nos hospitais.

Desde que no século XIX se pôde observar os seres microscópicos que produzem doenças, cientistas e médicos buscaram a forma de destruí-los e evitar a invasão de novos microorganismos. Na idade média, desconhecendo a causa, queimavam os móveis e utensílios e o cadáver da pessoa que morria nas epidemias de cólera ou de peste, intuindo que havia algum elemento causador da doença que passava de uma pessoa doente ou de seus objetos para outras pessoas. Louis Pasteur (1822-1895) descobriu algumas das bactérias causadoras de doença e que muitas delas morriam se aquecidas acima de certa temperatura. A “pasteurização” do leite consiste em aquecê-lo durante meia hora a 60 graus; isso mata as bactérias patogênicas e evita a transmissão de algumas enfermidades. Antes de Pasteur, um médico que trabalhou em Viena e em Budapeste, Ignácio Semmelweis (1818-1865) obrigava todos a lavarem as mãos com água e sabão ou aplicar em si próprios hipoclorito de cálcico antes de atenderem as parturientes, o que determinou uma diminuição na mortalidade por febre puerperal de 18% para 2%. Nessa época, um cirurgião inglês, Joseph Lister (1827-1912), fez com que os cirurgiões se higienizassem com solução de fenol e aplicou pomadas de ácido fênico nas feridas, reduzindo o número de infecções. A importância de Lister é grande, porque implantou os princípios de assepsia, isto é, manter livre de germes os centros cirúrgicos. O costume de manter o ambiente limpo e de trabalhar com os doentes nas condições mais assépticas possíveis foi pouco a pouco assumido por todas as pessoas dedicadas a atender enfermos. A partir dessa época, novos descobrimentos se fizeram, como o uso de luvas de borracha, a esterilização por vapor de água e o emprego de antissépticos cada vez mais eficazes. Parte desses descobrimentos continuam sendo usados, porém o grande avanço de nossa época é o uso de material descartável, produtos antissépticos potentes e os métodos industriais de esterilização, que significaram grande progresso no controle das infecções. Ao mesmo tempo em que se progredia no estudo dos compostos capazes de destruir os germes patogênicos sobre os materiais e sobre a pele, começou-se a buscar substâncias que destruíssem os germes no interior do organismo, sem prejuízo para as células das pessoas. No princípio do século XX, foram descobertas as sulfamidas, que matavam alguns micróbios, mais o avanço mais importante supõe-se ter sido a obtenção, em 1929, do primeiro antibiótico (a penicilina) a partir de um tipo de fungo, Alexander Fleming (1881-1955), embora a sua produção e comercialização só ocorressem nos anos 40. Desde então, até a atualidade, foram descobertos e produzidos outros antibióticos cada vez mais eficazes no tratamento de muitas doenças infecciosas. Não devem ser esquecidos também os estudos sobre as defesas do próprio organismo contra as infecções e o descobrimento das vacinas no final do século XIX. A partir daí, o uso generalizado e sistemático das vacinações fez diminuir a incidência de algumas doenças e desaparecer outras, como a varíola, que nos séculos passados produzia grande número de mortes.

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